Devaneios perdidos

Monday, April 24, 2006

Nada acontece

O que acontece
quando o coração não se apaixona,
a alma não se emociona
e a mente esquece?
À noite, já consigo dormir
E nada me aborrece:
Ninguém pra dividir
aquilo que não sei e ela desconhece.
Não corro pra atender, não fico aflito...
muito espaço no meu quarto:
Eu delimito,
não reparto!
Fecho a porta do guarda-roupa
onde os sonhos se desbotaram.
É ali que eles se mascaram.
Mas olha, me poupa!...
das tuas lágrimas fingidas,
dos seus falsos afagos,
do teu amor que me deixou feridas
tornando, assim, meu peito um lugar vago.

Sunday, April 16, 2006

Manhã de abril

O sol despontou numa tímida manhã de abril, onde seus braços ainda descansavam pousados em meu corpo. Na desordem das pernas, na assimetria de nosso conjunto, qualquer resquício do que tenha sido: ainda sobra tempo pra sonhar. Os olhos se abrem com preguiça. Pesados, ardidos. Noite curta de bom sono. Valeu a pena tentar virar-me pra te admirar. Teu cheiro, tuas curvas tão lindas, tão certas, que de alguma forma descobria todo pensamento de imbecilidade. Foi ali que me apaixonei por você: naquele olhar ingênuo de quem não tem pretensão. Não haveria de tentar entender. Se somado ao meu instinto apenas o teu querer estar. O que não era pra ser. Aquilo que julgamos desigual virou lembrança: o gosto do licor de anis ainda está em minha boca.

Tuesday, April 04, 2006

Não

Não preciso soletrar n a o til.
Você pode perceber pelo meu jeito de tocar.
Porque preocupado tentarei ser mais sutil
E trocarei as palavras pela forma de olhar.
Não!
Não me venha difamar.
Pra que perder a razão?
Me desculpa eu não te amar...
Vai ser melhor assim!
Eu partirei sem dor.
Não quero mais te ver, você a mim...
Pense pelo lado animador:
Você estará mais liberta
E nunca mais saberei de ti;
Pra novos amores mais desperta
E de outros braços usufruir.