Devaneios perdidos

Sunday, May 21, 2006

Fila do Amor

Meu coração secou meus escritos
E nublou o meu sonho.
Perco horas, aflito. Quanto mais eu digito,
Por tudo que foi dito me oponho.
Estou na fila do amor
E já estou cansado de esperar.
Talvez a pressa causou dor:
Desaprendi a amar.
Talvez nem outra ou coisa alguma;
Quiçá esteja enganado,
Procurando a frase que me acerte ou resuma
Que o meu amor se encontra abdicado.

Wednesday, May 03, 2006

A carta

Eu tô descalço
E subo a ladeira com pressa.
Procuro nas ruas, encalço,
Alguma lembrança da minha promessa.

Você lá não estava...
Será que gostarias de ganhar
Algo como uma escrava
Pra no seu fino pulso amarrar?

Acho mesmo que tu vais gostar de provar
O licor de limão que achei numa cachaçaria.
E, quiçá, aprenderás a tocar
A flauta de madeira, que exala certa alquimia.

Não pude deixar de comprar
Uma blusinha que em ti ficará uma graça.
E piro só de imaginar
Que, subitamente, minha vista se embaça.

Finalizo, portanto, essa carta
Com uma frase que não é minha.
Desejo que a sua felicidade seja farta,
Que nunca fiques sozinha.
Pois...
“Lá vai Ouro Preto embora:
Todos bebem,
Ninguém chora.”